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23 de mai. de 2011

NIETZSCHE (1844-1900) - VIDA E OBRA


 
Muitas vezes mal interpretado como filósofo, ora em função de seu estilo poético, ora devido à exploração pelo nazismo de certos aspectos de seu pensamento, Nietzsche, na verdade, foi um dos críticos mais agudos da religião, da moral e da tradição filosófica do Ocidente. Nessa condição, influenciou filósofos, teólogos, psicólogos e escritores do século XX.

Friedrich Wilhelm Nietzsche nasceu em 15 de outubro de 1844 em Röcken, na Saxônia prussiana. Filho e neto de pastores protestantes, perdeu prematuramente o pai em 1849 e ficou aos cuidados da mãe, da avó e da irmã mais velha. Em 1858 obteve uma bolsa de estudos para a escola de Pforta e em 1864 ingressou na Universidade de Bonn, para estudar teologia e filologia. Transferiu-se em 1865 para a Universidade de Leipzig, por indicação do mestre Friedrich Wilhelm Ritschl, graças a quem, ainda aos 25 anos, Nietzsche foi contratado pela Universidade de Basiléia como catedrático de filologia clássica.

18 de mai. de 2011

SANTO AGOSTINHO (354-430)

     1. Vida
     A vida de Agostinho pode ser dividida em dois períodos claramente distintos: antes da conversão e depois da conversão. Antes da conversão, Agostinho interessa-se principalmente por retórica e filosofia. Depois da conversão, concentra seu interesse na Sagrada Escritura e na Teologia.
     Agostinho nasceu em Tagaste, em 354, de mãe cristã e pai ainda pagão. Tendo iniciado os estudos em Tagaste, foi completá-los em Cartago, onde começou a interessar-se também pela filosofia. Em Cartago a filosofia dominante era a maniquéia. Aos dezenove anos começou a ensinar retórica , rodeado por um grupo de discípulos inteligentes e por muitos amigos.

10 de mai. de 2011

FAMÍLIA - CÉLULA PRIMÁRIA E VITAL DA SOCIEDADE (Reflexão à luz dos Documentos da Igreja)

    

     A família é em certo sentido uma escola de enriquecimento humano; mas para atingir a plenitude de sua vida e de sua missão requer a comunhão de alma no bem-querer, a decisão comum dos esposos e a diligente cooperação dos pais na educação dos filhos. Estes (os filhos) sejam educados de tal maneira que, ao atingir a idade adulta, possam seguir com pleno senso de responsabilidade sua vocação.
     Desta maneira a família constitui o fundamento da sociedade. Por isso, todos aqueles que exercem influência nas comunidades e nos grupos sociais devem trabalhar eficazmente para a promoção do matrimônio e da família.(GS)

8 de mai. de 2011

PRÉ-SOCRÁTICOS (Os Filósofos da Natureza)

     Os primeiros filósofos gregos são frequentemente chamados de "filósofos da natureza", porque se interessavam sobretudo pela natureza e pelos processos naturais.
     Os filósofos viam com seus próprios olhos que havia constantes transformações na natureza. Mas como estas transformações eram possíveis? Como uma substância podia se transformar em algo completamente diferente, numa forma de vida, por exemplo?
     Os primeiros filósofos tinham uma coisa em comum: eles acreditavam que determinada substância básica estava por trás de todas as transformações. Eles queriam entender os fenômenos naturais, sem ter que para isso recorrer aos mitos. E assim a filosofia se "libertou" da mitologia. Podemos dizer que os filósofos da natureza deram os primeiros passos na direção de uma forma científica de pensar.


5 de mai. de 2011

POBREZA POLÍTICA - (Pedro Demo)

    
     É pobreza política aceitar um Estado avassalador e prepotente, bem como uma economia selvagem.
     É pobreza política conviver com um Estado de impunidade de exceção, de privilégio, em vez do Estado de Direito.
     Ao povo só deveres sem direito. À minoria privilegiada só direitos como dever. Para que permaneça essa situação, cultiva-se o analfabetismo e a desorganização da sociedade civil.

O ANALFABETO POLÍTICO

     O pior analfabeto é o analfabeto político.
Ele não ouve, não fala, nem participa dos
acontecimento políticos. Ele não sabe que
o custo de vida, o preço do feijão, do
peixe, da farinha, do aluguel, do sapato
e do remédio dependem das decisões
políticas.
     O analfabeto político é tão burro que
se orgulha e estufa o peito dizendo que
odeia a política. Não sabe o imbecil que,
de sua ignorância política, nasce a prosti-
tuta, o menor abandonado, o assaltante
e o pior de todos os bandidos, que é o
político vigarista, pilantra, corrupto e
lacaio das empresas nacionais e
multinacionais.

Bertolt Brecht

JEAN-PAUL SARTRE (1905-1980)

     Filósofo existencialista francês, nasceu em Paris e estudou na Escola Normal Superior. Lá conheceu sua companheira de toda a vida, Simone de Beauvoir. Sua ideia de que a existência precede a essência tornou-se uma referência importante para existencialistas e para a cultura do século XX. Sua defesa da liberdade, suas críticas ao autoritarismo e seu ateísmo foram parte de uma carreira que misturou ação literária, política e acadêmica. Recusou o prêmio Nobel de Literatura. Suas obras filosóficas mais conhecidas são: O Ser e o Nada, o Existencialismo é um humanismo e Crítica da Razão Dialética.

3 de mai. de 2011

POR UMA SOCIEDADE COM LIMITES E SEM ARMADILHAS CONCEITUAIS

(Reflexão sobre a Temática Armadilhas Conceituais e Limites do Curso de Filosofia Clínica do Instituto Lúcio Packter)

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Imagine uma sociedade, a vida, a individualidade a partir de uma época na qual supostamente não tenhamos mais Armadilhas Conceituais, mas sim Limites.

De maneira introdutória, vamos apenas ratificar que as Armadilhas Conceituais têm como características o aprisionamento existencial da pessoa. Esse aprisionamento, partindo de um estudo da Estrutura de Pensamento (EP) da pessoa, pode ser apresentado como algo nocivo à existência da pessoa – portanto, algo que necessita ser interrompido, quebrado,  a fim de que a pessoa possa ter uma vida melhor. Em outra situação, o estudo profundo da EP da pessoa revela-nos uma espécie de “mal necessário”. Ou seja, às vezes torna-se preferível a convivência com a Armadilha Conceitual identificada, como forma de se ver livre de uma Armadilha maior, mais nociva e mais aprisionante.

Os Limites são apenas referências, marcos, indicadores dos seguimentos existenciais. Não são impedimentos contra os quais a pessoa elege ações de oposição. Porém, os Limites, assim como as Armadilhas Conceituais podem ser difíceis de delimitar. Ás vezes a diferença entre ambos pode ser difícil de ser definida pela pessoa.

Propondo refletir sobre a temática apresentada acima, vale lembrar que “de um modo geral, a nossa época caracteriza-se por grandes e inúmeras Armadilhas Conceituais. É muito provável que, num futuro próximo, o ser humano viva com muitos Limites e poucas Armadilhas Conceituais – quase nenhuma. Aproxima-se uma época... na qual as Armadilhas Conceituais não serão mais necessárias como são hoje – pela própria sociedade, pela própria estruturação existencial que montamos. Elas nos protegem, nos orientam, nos dão rumo. Mas estão com os dias contados. É provável que, muito em breve, teremos dias diferentes”(L.Packter). Os Livros Sagrados (Evangelhos), o filósofo Nietzsche e outros filósofos e teólogos apontam, prenunciam essa nova época em que nos veremos livres das Armadilhas Conceituais. Cabe acrescentar, também, sobre esse prenúncio de uma nova época o pensamento do Pe Teilhard de Chardin (O Fenômeno Humano)  em que o filósofo e teólogo anuncia uma Nova Visão da realidade, a Visão Hiperfísica, pela qual tudo é um só todo dinâmico, um processo que se vai orientando e evoluindo ao longo do Espaço-Tempo e que culminará na pura espiritualidade do Ponto Ômega. Dentro dessa visão evolutiva da natureza, Chardin aponta para uma época chamada de Noosfera (a esfera do Nous – do pensamento, do espírito), onde o homem, vendo-se livre das (amarras) armadilhas do mundo da Antroposfera, pode atender mais livremente aos anseios do próprio espírito em direção ao Ponto Ômega. Trata-se (a Noosfera) de uma saída coletiva, um salto qualitativo da evolução.

Ora, imaginar uma sociedade onde a vida coletiva e individual viva livre das amarras e aprisionamentos das Armadilhas Conceituais não é tão fácil. Torna-se mais fácil quando levamos a reflexão para o campo da fé e da esperança cristã – o próprio Cristo nos profetizou uma nova Terra, após uma série de acontecimentos. Porém, quando nos deparamos com os fatos – tanto a nível local, como global – somos tentados a um certo ceticismo quanto à possibilidade de o homem viver apenas com Limites, sem as Armadilhas Conceituais. Ao mesmo tempo em que a humanidade caminha a passos largos em descobertas e conquistas científicas, ao mesmo tempo em que torna mais acessível a informação e o conhecimento humanos; por outro lado, paradoxalmente, nos deparamos com situações que nos questionam a respeito dessa utopia. Ou seja, ainda vivemos em um mundo onde a miséria existencial se faz presente.

Porém, o desafio apresentado – pensar uma nova época na qual supostamente não tenhamos mais Armadilhas Conceituais, mas sim Limites – corroborado pelas esperanças evangélicas, o pensamento de alguns filósofos e teólogos e a própria colocação de Packter sobre o surgimento iminente de um novo contexto existencial é um convite a renovar as nossas esperanças quanto às possibilidades existenciais. Penso que uma sociedade caracterizada pela vivência apenas dos Limites supõe imaginar uma sociedade cuja evolução das consciências superou toda forma de fragilidade em que o corpo, a mente e a alma estão sujeitos. Trata-se de uma época em que os padrões de existencialidade são marcados por um salto qualitativo em que o homem se ve capaz de apreciar a si próprio e o outro, e direcionar suas atitudes e ações a partir de uma consciência possível de enxergar com maior clareza o todo da própria existencialidade.

Por fim, pensar em tal dimensão significa refletir sobre a própria construção da existencialidade humana, cujas escolhas se direcionarão (necessariamente) para a formação de uma sociedade em que primeiro garanta a sobrevivência da própria espécie e da natureza, como um todo; e onde a vida possa fluir respeitando os Limites próprios e dos outros, visando o bem próprio e o bem comum.

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Celsio Elias Carrocini - Franca-sp.