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8 de mai. de 2011

PRÉ-SOCRÁTICOS (Os Filósofos da Natureza)

     Os primeiros filósofos gregos são frequentemente chamados de "filósofos da natureza", porque se interessavam sobretudo pela natureza e pelos processos naturais.
     Os filósofos viam com seus próprios olhos que havia constantes transformações na natureza. Mas como estas transformações eram possíveis? Como uma substância podia se transformar em algo completamente diferente, numa forma de vida, por exemplo?
     Os primeiros filósofos tinham uma coisa em comum: eles acreditavam que determinada substância básica estava por trás de todas as transformações. Eles queriam entender os fenômenos naturais, sem ter que para isso recorrer aos mitos. E assim a filosofia se "libertou" da mitologia. Podemos dizer que os filósofos da natureza deram os primeiros passos na direção de uma forma científica de pensar.


     TALES DE MILETO

     O primeiro filósofo que temos notícia é Tales, da cidade de Mileto, na Ásia Menor. Entre outras coisas, dizem que certa vez, no Egito, ele calculou a altura de uma pirâmide medindo a sombra da pirâmide no exato momento em que sua própria sombra tinha a mesma medida de sua altura. Dizem ainda que em 585aC, ele previu um eclipse solar.
     Tales considerava a água a origem de todas as coisas. Teria também afirmado que "todas as coisas estão cheias de deuses".



     ANAXÍMENES DE MILETO (550-526aC)
     Para ele, o ar era a substância básica de todas as coisas. Para Anaxímenes, a água era o ar condensado. Podemos observar que, quando chove, o ar se comprime até virar água. Na visão de Anaxímenes, portanto, terra, água e fogo surgiam do ar.



     PARMÊNIDES (540-480aC)
     Acreditava que tudo o que existe sempre existiu. Nada pode surgir do nada, dizia Parmênides. E nada que existe pode se transformar em nada. Nada pode se transformar em algo diferente do que já é. Duvidava até do que via. Dizia que os sentidos são enganosos, e que devemos acreditar só na razão. Esta forte crença na razão é chamada de racionalismo.



     HERÁCLITO DE ÉFESO (540-480aC)
     Viveu na cidade de Éfeso, na Ásia Menor. Para ele, o elemento do qual teriam surgido todas as coisas era o fogo. E as constantes transformações eram justamente a característica mais fundamental da natureza. Poderíamos dizer que Heráclito, mais do que Parmênides, confiava no que os sentidos lhe diziam.
     Tudo flui, dizia Heráclito. Tudo está em movimento e nada dura para sempre. Por esta razão, "não podemos entrar duas vezes no mesmo rio". Isto porque quando entro pela segunda vez no rio, tanto eu quanto ele já estamos mudados. O mundo está cheio de opostos. Se nunca ficássemos doentes, não saberíamos o que significa a saúde. Se não tivéssemos fome, não experimentaríamos a agradável sensação de saciá-la depois de uma refeição. Se nunca houvesse guerras, não saberíamos o valor da paz, e se nunca houvesse inverno não poderíamos assistir à chegada da primavera. Sem a constante relação dos opostos o mundo deixaria de existir. "Deus é dia e noite, inverno e verão, guerra e paz, satisfação e fome", dizia ele. Para Heráclito, Deus - ou o elemento divino - é algo que abrange o mundo inteiro. Mesmo quando nós, homens, não pensamos da mesma forma, deve haver uma espécie de "razão universal", que dirige todos os fenômenos da natureza. Esta razão universal, ou lei universal, é a mesma para todos; é a partir dela que todos se orientam.


     EMPÉDOCLES (494-434aC)
     Procurou dar continuidade às ideias filosóficas de seus antecessores, afirmando que a água, o fogo, o ar e a terra eram o princípio de todas as coisas. Acreditava que as coisas se originavam conforme a maior ou menor proporção em que os quatro elementos se misturassem. Além disso, ele sustentava que no universo existiam dois princípios que orientavam a união ou desunião dos quatro elementos. Estes princípios eram o amor e o ódio. Para Empédocles, somente os quatro elementos e os dois princípios são eternos.



     DEMÓCRITO (460-370aC)
     Para ele, todas as coisas eram constituídas por uma infinidade de pedrinhas minúsculas, invisíveis, eternas e imutáveis. A estas unidades mínimas Demócrito deu o nome de átomos. A palavra átomo significa indivisível. Para ele, os átomos eram unidades firmes, sólidas e diferentes entre si. Se um corpo morre e se decompõe, seus átomos se espalham e podem ser reaproveitados para dar origem a outros corpos. Os átomos se movimentam no espaço e possuem diferentes "ganchos" e "engates" e, por isso, podem ser reaproveitdos nas composição de outras coisas (como as peças do Lego).


Bibliografia:
-MONDIN, Battista. Curso de Filosofia, vol.1, São Paulo, Paulus, 1981


Celsio Elias Carrocini - Franca-sp.