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5 de nov. de 2011

A VERDADE E O ERRO (GNOSIOLOGIA)

A VERDADE
1)Definição: A verdade é uma relação de conformidade entre o conhecimento e a coisa conhecida. Consiste em conceber as coisas como elas são na realidade e exprime a harmonia que deve existir entre o pensamento e o seu objeto. Por isso, Aristóteles dizia que "a verdade é dizer que o que é, é, e o que não é, não é."

2) A inteligência e a verdade: A inteligência humana tende, naturalmente, para a verdade, mas nem sempre a atinge de maneira perfeita. Daí os diversos estados da inteligência diante da verdade: a ignorância, a dúvida, a opinião e a certeza.
     a) A Ignorância: é o estado da inteligência que consiste na incapacidade de afirmar ou negar alguma coisa sobre determinado objeto. Pela ausência completa de conhecimentos sobre o mesmo.
     b) A Dúvida: é o estado da inteligência que se acha suspensa entre duas afirmações contraditórias.
     c) A Opinião: é o estado da inteligência que afirma com o receio de se enganar. Ao contrário da dúvida que é uma suspensão do juízo, a opinião consiste em afirmar, mas de tal maneira que as razões da negativa não sejam de todo eliminadas. O valor da opinião depende, portanto, da maior ou menor probabilidade das razões em que se baseia a afirmação.
     d) A Certeza: é o estado da inteligência que adere à verdade, sem receio de se enganar. A evidência é o fundamento da certeza, e se define como a plena clareza com a qual a verdade seimpõe à adesão da inteligência.
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O ERRO
1) Definição: o erro é a não-conformidade do conhecimento com a coisa conhecida. Consiste em conhecer as coisas diferentes do que elas são na realidade. O êrro distingue-se da ignorância. Esta consiste em nada saber e nada afirmar, enquanto que o erro consiste emnão saber e afirmar, supondo saber. É, portanto, uma ignorância que se ignora.
2) Causas do erro: o erro possui causas lógicas e causas morais:
     a) Causas Lógicas: derivam de defeitos da nossa inteligência: falta de penetração, falta de memória, falta de atenção etc. Todavia, as razões do erro se encontram, quase sempre, menos nainteligência do que na vontade, sob a influência de estados afetivos. De modo que as causas do erro são, em sua maioria, causas morais.
     b) Causas Morais: são três as principais: 1) A vaidade, que nos faz confiar em demasia nas luzes da nossa própria inteligência; 2) O interesse, que nos faz preferir as afirmações que nos são favoráveis; 3) A preguiça, que nos faz desistir da necessária atividade intelectual levando-nos a aceitar, sem controle, os preconceitos correntes, a autoridade dos falsos sábios, as aparências superficiais etc.
3) Remédios contra o erro: os remédios contra o erro são também de ordem lógica e moral:
     a) Remédios Lógicos: constituem, segundo Jolivet, uma espécie de higiene intelectual, e procuram desenvolver a retidão e o vigor do espírito, pela aplicação metódica das regras da lógica, pelo controle da imaginação, pelo exercício da memória e pelo cultivo da razão.
     b) Remédios Morais: resumem-se no amor da verdade que nos inclina a não confiar, em demasia, em nós mesmos, a julgar com perfeita imparcialidade e a proceder com paciência e perseverança na pesquisa da verdade.
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Fonte:
MIRANDA, Theobaldo. Manual de Filosofia