QUANTO MAIS O HOMEM FIZER O BEM, MAIS LIVRE SE TORNA
A categoria singular do ser humano está radicada no fato de estar dotado de inteligência e de vontade, com liberdade para tomar decisões. Por ter sido criado à imagem de Deus, não é tão somente alguma coisa, mas, sim, alguém. distingue-se dos demais seres por sua razão ou inteligência, reflexo da inteligência de Deus. O homem é um ser livre. Pode escolher fazer o bem ou o mal, cumprir ou não as leis do senhor. Deus lhe concedeu a faculdade de escolher livremente.
A liberdade é o poder, radicado na razão e na vontade, de agir ou não, de fazer isto ou aquilo, praticando, assim, por si mesmo, ações deliberadas. Pelo livre arbítrio, cada qual dispõe de si. A liberdade é uma força de crescimento e de maturação na verdade e na bondade. E atinge a sua perfeição quando está ordenada para Deus.
Quanto mais o homem fizer o bem, mais livre se torna. Não há verdadeira liberdade senão no serviço do bem e da justiça. A liberdade exercita-se nas relações entre seres humanos. Toda pessoa tem o direito natural de ser reconhecida como ser livre e responsável. O direito ao exercício da liberdade é uma exigência inseparável da dignidade da pessoa, mas o exercício da liberdade não implica o direito de dizer e fazer tudo. É falso pretender que o homem se basta a si mesmo, tendo por fim a satisfação do seu interesse próprio.
Pela cruz, Cristo obteve a salvação de todos os homens. Resgatou-nos do pecado, que nos fazia escravos. "Foi para a liberdade que Cristo nos libertou" (Gl 5,1). Nele, nós comungamos da verdade que nos liberta. Foi-nos dado o Espírito Santo e, "onde está o Espírito, aí está a liberdade" (2Cor 3,17).
A graça de Cristo não concorre com a nossa liberdade, quando esta corresponde ao sentido da verdade e do bem que Deus colocou no coração do homem. Pela ação da graça, o Espírito Santo educa-nos para a liberdade espiritual, para fazer de nós colaboradores livres da sua obra na Igreja e no mundo.
Não há dúvida de que a liberdade é um dos mais belos dons que Deus concedeu ao homem. Ao nos criar, o Senhor nos amou tanto, que nos deixou livres para acolhê-lo ou recusá-lo.
_____________________________________Fonte:
SEHNEM, Pe. Francisco,scj. in: Revista Brasil Cristão, nº 202, maio 2014, pág.5