James Lovelock defende que Terra e vida formam sistema único
( por HELIO GUROVITZ)
“O britânico James Lovelock propôs na década de 70 a noção de que a
Terra não poderia ser separada da vida. Ousou considerar o planeta um
superorganismo vivo, que se equilibrava sozinho sempre que
perturbado. Para completar, batizou esse organismo com o nome de
uma deusa grega: Gaia.
Foi a ira dos cientistas e a glória dos místicos. De respeitado cientista,
Lovelock passou a ser visto como louco, herético ou profeta.
Defensores do rigor científico acusavam Gaia de trazer
intencionalidade a algo que não tem consciência: o planeta Terra.
Como poderia a Terra _sozinha_ restaurar seu equilíbrio físico e
químico quando perturbada? Como seres vivos 1 em eterna competição
pela sobrevivência poderiam gerar um ambiente harmônico em Gaia?
A origem da idéia estava nos dois anos que Lovelock passou na Nasa
(EUA). Ele concluiu que as características da atmosfera de Marte
bastam para dizer que lá não há vida. Seria, portanto, inútil enviar uma
expedição ao planeta.